A terapia da dor é uma especialidade relativamente nova e pouco conhecida no Brasil e no mundo. Foi criada por médicos anestesiologistas americanos a fim de tratar a dor, controlando quadros álgicos agudos ou crônicos, trazendo funcionalidade e qualidade de vida aos pacientes. Em 1990, Steve Waldman criou o termo medicina intervencionista em dor para a terapia com injeções no controle da dor.
A AMB (Associação Médica Brasileira) certifica médicos anestesiologistas, clínicos, neurologistas, ortopedistas, acupunturistas, reumatologistas, pediatras e neurocirurgiões que realizaram residência médica em terapia da dor ou especialização em dor com titulação em área de atuação em dor.
No Brasil temos a SBED (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor) que é um capítulo da IASP (International Association for the Study of Pain) tem como missão a excelência e ética no estudo da dor, ampliação e qualificação de profissionais multidisciplinar com objetivo da busca de um mundo sem dor.
Os tratamentos de dor se estendem desde medicações analgésicas, opioides, gabapentoides, antidepressivos a procedimentos chamados de intervencionistas em dor, que são bloqueios terapêuticos e diagnósticos, terapias de neuromodulação e neuroablativas.
Segundo a IASP (Associação Internacional para Estudo da dor): “A dor é uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada ou relacionada a lesão real ou potencial dos tecidos’’.
E a dor pode ser mensurada através de escalas, a mais utilizada chamada de EVA (Escala Visual Analógica de Dor) e classificada em aguda – até 3 meses ou crônica – que permanece por mais de 3 meses.
A dor possui muitas caraterísticas, sendo elas pulsátil, cortante, continua, difusa, perfurante, choques, compressiva que se manifestam de formas diferentes dependendo do seu local de origem.
Por essa razão foram classificadas em 3 tipos:
Provocada por lesão ou perturbação funcional no nervo, temos como exemplos neuropatias pós herpéticas, neuropatia diabética, neuropatia central pós AVC, neuropatia por compressão em hérnias discais entre outras.
Causada por lesão ou danos nos tecidos ativando os nociceptores ‘’sensores da dor’’, temos como exemplo dor visceral e cólica renal.
Não são de causa orgânica ou física detectáveis e sim de ordem psicológica, sendo desencadeadas por alterações emocionais e correspondidas pelo corpo, como o estresse.
A terapia da dor lança mão de uma série de tratamentos para amenizar os sintomas e promover uma melhor qualidade de vida aos pacientes. No entanto, sempre cabe a avaliação do quadro, uma vez que a prescrição de medicamentos ou terapia multimodal se encaixa em diferentes casos.
O bloqueio ou infiltração consistem em uma técnica intervencionista em dor que tem como finalidade ajudar no diagnóstico após exame físico do paciente localizando a origem da dor e reduzindo o quadro álgico melhorando desta forma a funcionalidade do paciente.
Estes bloqueios ou infiltração são realizados com agulhas que são guiadas por aparelhos fluoroscopia – RX, ultrassonografia ou tomografia computadorizada. Após localizada a estrutura que gera dor, sejam elas nas articulações, nervos, tendões ou músculos, pode ser injetado soluções de anestésicos locais, corticoides, anti-inflamatórios, fenol, toxina botulínica ou viscossuplementação, dependendo do local, e do objetivo do tratamento.
Recomenda-se que o bloqueio seja realizado por no máximo 3 vezes em um ano, com intervalo de 3 a 4 meses, mantenha o repouso de 24 a 72 horas e a melhora do quadro álgico pode ser imediata ou em até 48 horas.
Os bloqueios ou infiltrações são procedimentos minimamente invasivos que são de extrema importância na avaliação e diagnóstico preciso da dor e na programação futura de outros procedimentos se caso for necessário.
A radiofrequência é um procedimento que emite frequências elétricas controladas, a fim de causar lesões neurais e estimular o processo de cicatrização no local da dor. Dentre os principais quadros de intervenção da radiofrequência, estão:
Neurotomias de nervo trigêmeo, nervo esfenopalatino, nervo facial, nervo glossofarigeo.
Denervação facetaria ou rizotomia de gânglio dorsal.
Denervação das articulações sacro ilíacas.
Neurotomia de nervos geniculares em joelhos, nervos sensitivos femoral e obturatório em quadril.