Força Dinâmica. Ao avaliar a postura de um paciente, podemos nos basear em vários autores e técnicas, GDS, RPG, Françoise Mézières e muitos outros, entretanto o mais importante é percebermos qual a estratégia que o corpo do paciente está assumindo para vencer a força da gravidade e se esta estratégia está sendo eficiente ou não.
No caso de um paciente que tenha dor ou lesão proveniente de uma alteração postural, dificilmente a estratégia que este paciente assumiu está sendo eficiente. É bom lembrarmos que a postura não se forma conscientemente, e sim, durante toda a infância, pela genética, meio em que vive, esportes que pratica, lesões, posturas viciosas, pela personalidade e principalmente pela coordenação motora, pois estudando o trabalho de Beziers e Piret vemos que o movimento mal coordenado leva a deformações das estruturas.
Interessante a frase de Godelieve Denys Struyf (Método GDS) que traduz bem este conceito:
“Inicialmente é da função que decorre a forma. Na patologia, com frequência, é a forma que põe entraves à função.”
Mas a principal questão a ser discutida é em relação a estas estratégias, pois quando ocorre uma dissipação dos vetores de força que incidem em uma articulação, esta é levada ao limite com grandes rotações, hiperextensões e valgos e varos importantes de joelhos, por exemplo. Isto, na dinâmica da marcha tem repercussões, pois geralmente a mesma falta de reação da musculatura vai ocorrer e contribuir para desgastes articulares, sobrecargas de ligamentos e tendões e contribuir cada vez mais para “destreinar” a musculatura responsável pela estabilização articular, o que pode levar até mesmo a lesões traumáticas como entorses.
O objetivo do tratamento de Força Dinâmica em casos como estes é fazer com que sua articulação reaja à gravidade melhorando o alinhamento articular em um trabalho postural, primeiramente estático e posteriormente mais dinâmico (Força Dinâmica), uma técnica que visa melhorar a aplicação de força com exercícios de restruturação da coordenação motora da marcha, o que contribui para evitar a dissipação dessas forças.
Hoje temos ferramentas muito eficientes, tanto para tratarmos patologias relacionadas à posturas estáticas viciosas, quanto para incoordenações da marcha. Geralmente as alterações da marcha se desenvolvem por compensações de fraquezas e desequilíbrios musculares, lesões antigas que não tenham sido tratadas corretamente ou até mesmo de um gesto esportivo vicioso.
A técnica chamada Força Dinâmica nos dá ferramentas suficientes para desenvolver aprendizado de marcha, com ela trabalhamos o aprendizado de cada fase da marcha desenvolvendo também uma percepção corporal (propriocepção) que tem realmente feito a diferença para os atletas profissionais e amadores, pois eles relatam a cada sessão qual sua dificuldade e juntamente com uma avaliação diária podemos desenvolver especificamente o movimento que está alterado.
A Força Dinâmica desenvolve ainda a relação da força que aplicamos no solo e como está força sobe por todo o nosso corpo (reação do solo) provocando reações musculares de estabilização articular, que no caso de uma resposta ineficiente é um dos fatores que leva ao desgaste articular e à sobrecarga do sistema músculo-tendíneo.