Dor crônica e fisioterapia

18 mar Dor crônica e fisioterapia

Precisamos conversar sobre dor crônica e fisioterapia, já que muitos pacientes que sofrem de quadros dolorosos que se estendem por um determinado tempo acreditam que somente o uso de medicamentos poderá aliviar seus sintomas.

Nesse contexto, a fisioterapia e o papel do fisioterapeuta ganham o centro da discussão.

Infelizmente, as dores de ordem crônica são um problema de saúde que afeta inúmeras pessoas no Brasil e em todo o mundo. Estima-se que um terço da população sofra com sua manifestação, que é debilitante.

Pacientes acometidos por quadros clínicos de dor dificilmente apresentam uma melhora significativa com o tratamento de uma única especialidade médica, pelo aspecto multifatorial do problema. Por meio da abordagem multidisciplinar o profissional de fisioterapia ganha contornos importantes na recuperação plena desses pacientes.

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A dor crônica e fisioterapia

O termo dor crônica é um conceito amplo no qual se encaixa uma série de patologias clínicas que resulta na manifestação da dor de nível crônico.

De modo geral, são consideradas dores crônicas aquelas que se manifestam por meses ou até mesmo por anos.

A definição está relacionada a dores que acometem o paciente já há algum tempo. Nesse sentido, podemos entender como dores crônicas desde enxaquecas a dores abdominais ou na coluna, por exemplo.

Devido a inúmeras doenças de base que podem desencadear um quadro de dor crônica, não existe uma fisiopatologia única para a abordagem de sua manifestação.

Como vimos, embora seja definida apenas como dor crônica, suas causas podem ser as mais diversas e, como tal, seu tratamento também acaba variando significativamente.

De todo modo, há três causas para dores crônicas que são mais comuns e que norteiam parte dos tratamentos, que são as causas mecânicas, as causas inflamatórias e as causas psicossomáticas.

No caso das causas de ordem inflamatória, para que a dor seja aliviada é necessário que haja o controle da infecção ou inflamação que a desencadeou. Isso porque, na prática, a manifestação da dor de ordem inflamatória consiste em uma resposta imune do organismo à presença de um agressor.

As causas de origem mecânica não trazem grande alívio apenas com o tratamento da dor. Para que o paciente apresente significativa melhora, é preciso que o tratamento atue diretamente sobre a causa da dor, de modo a atenuar a pressão nervosa e eventuais desvios que possam ter desencadeado o quadro. Para isso, é necessária avaliação da movimentação funcional que esteja relacionada à sensação de dor.

Já nas causas psicossomáticas, as dores crônicas se desenvolvem a partir de alterações emocionais no paciente. Fatores como a ansiedade e o estresse, são os principais desencadeadores desses incômodos, uma vez que aspectos psicológicos impactam diretamente no meio físico.

Como hábitos diários causam dores crônicas?

Vícios funcionais do dia a dia do paciente são as principais causas de dores crônicas. Permanecer sentado em uma única posição por horas a fio, por exemplo, pode provocar quadros crônicos na coluna e no joelho.

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Tal problema se dá devido ao desgaste contínuo dessas articulações, que sofrem impacto e pressão por não estarem sendo movimentadas ou posicionadas de maneira adequada e gerando padrões repetitivos que acarretam rigidez. Por este motivo, ter atenção com os hábitos diários de movimentação e posicionamento é essencial para prevenir quadros de dor, sejam eles agudos ou crônicos.

E qual o papel da fisioterapia no tratamento da dor crônica?

As dores crônicas de ordem mecânica podem ser mitigadas com técnicas de fisioterapia. O tratamento se fundamenta em avaliação da eficiência dos movimentos e exercícios para ganho de mobilidade e estabilidade que geram alívio da dor, tratando diretamente as causas do problema.

O tratamento das dores crônicas por meio da fisioterapia tem por objetivo o reequilíbrio de todos os grupos musculares que estão relacionados com o quadro e igualmente melhorar ajustes posturais estáticos e dinâmicos com foco na abordagem global.

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Com base na compreensão do caso, o fisioterapeuta consegue trabalhar aspectos causadores das dores crônicas, fortalecendo os músculos e dando uma melhor percepção corporal ao paciente.

Um dos pontos positivos em relação ao tratamento por meio da fisioterapia diz respeito sobretudo em trabalhar de maneira conjunta na causa da dor e no alívio de seus sintomas, o que ocorre gradativamente, tanto pela melhoria da eficiência nos movimentos, como pela analgesia local.

No médio prazo, com a diminuição de possíveis compressões e atritos em determinadas estruturas articulares, a dor vai progressivamente diminuir. Sem a necessidade do uso de medicamentos, tratando o problema e a causa, principalmente com foco na correção de movimentos do paciente.

Um exemplo interessante de como a fisioterapia pode ajudar é nas dores pélvicas crônicas. Em sua maioria, elas são desencadeadas pelo desequilíbrio dos músculos da região, que favorecem a perda de eficiência articular, o que pode acarretar dores realmente incômodas. O reequilíbrio muscular é importante para a percepção de melhora das dores.

Nem sempre os medicamentos ajudarão

Por esses e outros motivos que nem sempre os medicamentos serão os mais indicados para o tratamento de quadros de dor crônica. Mas para isso é necessário o conhecimento das causas da dor.

Vale destacar também que a fisioterapia pode atuar como uma ferramenta de prevenção contra as dores crônicas, visando o fortalecimento e a correção de possíveis desbalanços musculares que podem predispor o paciente a uma lesão ou movimentos incorretos que desencadeiem a dor crônica.

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