13 jul Artrite – Artrose – Osteoporose
Artrite, Artrose e Osteoporose. Por que as articulações se desgastam?
É curioso como algumas crenças parecem se tornar verdades absolutas mesmo que sejam más notícias. Quem nunca se conformou com alguma doença dizendo, “isso é coisa da idade mesmo, estou ficando velho”, mas será que isso é real ou só uma crença imposta pela falta de informação?
Doenças como Artrite, Artrose e Osteoporose, que são processos de desgaste articular, são entendidos como normais após certa idade, mas isso não é real em nenhum aspecto. Vamos desmistificar!
Começando pela Artrite, alteração articular de característica inflamatória, em sua forma mais aguda pode apenas aparecer como inflamação de algumas estruturas articulares sem grandes danos a cartilagem e osso, mas se não for bem tratada pode evoluir para desgaste da articulação como um todo, ela aparece em vários tipos de doenças, inclusive podendo aparecer na adolescência na Artrite Reumatoide Juvenil, portanto não tem relação com a idade e sim com reações inflamatórias exacerbadas do corpo que geram um processo de desgaste articular, Hoje vários tipos de doenças que geram artrites quando bem medicadas e tratadas com fisioterapia, acupuntura e métodos posturais como o Método Busquet, apresentam ótima evolução, não apresentando mais deformidades articulares como acontecia em tempos remotos.
A Artrose é o desgaste articular em si, cartilagem em processo degenerativo e nas mais avançadas, os ossos chegam a apresentar rachaduras e deformidades, pode acontecer em decorrência a algum tipo de artrite ou simplesmente por um desvio articular que perdura por muito tempo.
Em alguns casos, a artrose pode ser gerada por traumas articulares de repetição ou como resultado crônico de cirurgias articulares antigas, muitas que já caíram em desuso, pois a busca das cirurgias mais modernas é, cada vez mais, trazer a anatomia normal de volta, técnicas mais antigas tentavam criar soluções as vezes tão artificiais e que geravam adaptações tão grandes, que praticamente era certo um quadro de artrose no futuro. Um exemplo disso são as cirurgias de joelhos que vem se modernizando para aprimorar a colocação de enxertos ligamentares (como do Ligamento Cruzado Anterior) e muitas cirurgias de lesões crônicas de meniscos em que antes se retirava parte ou a totalidade do menisco, hoje conseguimos tratar posturalmente, melhorando a relação pelve-quadril-joelho-pé, desenvolvendo alinhamento e estabilidade aliados ao fortalecimento, evitando assim a cirurgia, com melhores resultados em longo prazo do que se tinha antigamente com a cirurgia ou o fortalecimento puro.
Fato importante que verificamos na prática clínica é que com os tratamentos posturais muitos pacientes recuperam uma biomecânica articular mais próxima da funcional e casos que antes eram condenados a próteses (artroplastias articulares), hoje conseguem se recuperar definitivamente ou adiar a cirurgia por muitos anos com um ganho de qualidade de vida considerável.
A Osteoporose é outro caso, no qual se tem uma crença de que ao chegar numa certa idade seria normal termos perda da massa óssea gerando assim a Osteopenia num primeiro momento e mais tarde a Osteoporose e possíveis fraturas por acidente, mesmo que em quedas de baixo impacto.
Ajustes na dieta e equilíbrio de hormônios e vitaminas tem se mostrado eficientes na maioria dos casos, mostrando que com mudança de hábitos alimentares a chance de chegarmos a desenvolver Osteoporose é realmente pequena.
Gostaria de chamar a atenção aqui para alguns fatores importantes que normalmente são deixados de lado. O impacto, condenado pelos médicos e pela indústria do calçado, na verdade é o que nos molda e nos torna quem somos, nossos antepassados caminhavam a vida inteira descalços ou com sandálias sem amortecimento, corriam muitos quilômetros por dia sem que sofressem com Artroses e Osteoporose, estas são patologias muito mais comuns na nossa realidade, na qual vivemos mais tempo sentados e evitamos o impacto. A verdade é que o impacto é que chama o cálcio para o osso e sem dúvida o tempo que passamos sentados hoje é que traz retrações aos nossos corpos, nos deixando mais encurtados e desalinhados.
A recomendação é caminhar mais e com calçados que nos aproximem do solo, nunca entendi aqueles calçados para idosos ditos “ortopédicos” com solas altas e cheios de amortecimentos, pois este tipo de sola e palmilha tiram totalmente a sensibilidade dos receptores e músculos para reagirem melhor às instabilidades do solo, é como darmos um texto em braile para um deficiente visual ler de luvas, não faz sentido. Além disso, tiramos toda a possibilidade de lidar com o impacto do solo que nos é natural e que seria um estímulo importantíssimo para que eles mantivessem a massa óssea.
Portanto essas patologias não estão vinculadas à idade e pessoas acometidas por elas também não estão condenadas a desenvolvê-las desde que façamos uma reflexão dos nossos hábitos e programemos uma rotina que tenha alimentação equilibrada, atividade física, consciência de que muito tempo sentado tem que ser intercalado por vários momentos no dia de movimentação independente se faz atividade física ou não, evitar o uso de calçados muito macios o tempo todo, caminhar descalço em casa, tomar o sol nos períodos mais saudáveis, logo cedo e final do dia, e na dúvida sempre procurar um profissional de sua confiança para buscar informações.
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