A felicidade de cada um

16 set A felicidade de cada um

Ser feliz ou estar feliz. Seja no trabalho, na vida pessoal, com amigos, familiares, na mídia, enfim, fala-se sobre felicidade ou infelicidade em todas as esferas da vida. Prega-se a felicidade completa, como se pudesse ser adquirida numa prateleira qualquer, comprada, negociada, roubada ou invejada. Somos cobrados deste sentimento que é individual, variável, ligado a estados de ânimo e a momentos de vida.

Numa sociedade consumista como a em que vivemos, há uma hipervalorização do ter em detrimento do ser. Caracteriza-se felicidade, ter o melhor carro do ano, o modelo mais sofisticado de aparelho smartphone ou iphone – mesmo porque celular já é ultrapassado, – o mais novo modelo de TV em 3D, a marca de bolsa mais famosa, sempre o melhor em tudo. O bom e o razoável não bastam. Esse consumismo desenfreado torna as pessoas irrequietas, insatisfeitas, com uma sensação permanente de incompletude, sentimento de que sempre está faltando algo. O que de certo modo, nos impulsiona e motiva a buscar aquilo que nos satisfaz.

É do ser humano o desejo, o querer, desejamos tudo o tempo todo. Entretanto, também é amadurecimento e crescimento lidar com a frustração, que nada mais é que o desejo não realizado. E como citou Freud, em O mal-estar na Civilização: “…entende-se que a felicidade é uma satisfação repentina das necessidades represadas, entretanto, quando da permanência da felicidade o contentamento torna-se frágil.”

Epicuro, grande nome da escola estoica foi um estudioso do comportamento humano, principalmente no que se refere a felicidade. Através de questionamentos procurou entender porque algumas pessoas eram mais felizes do que outras. Concluiu que as pessoas mais felizes encontravam certo equilíbrio ao lado daqueles que se gosta e que é necessário muito pouco para ser feliz: “A quem pouco não basta, nada basta”.

Momentos de felicidade não acontecem todo dia e a toda hora, mas é uma conquista possível. Nossas fontes de prazer podem, e devem ser as mais diversas: valorizando um encontro com amigos, uma boa leitura, o voluntariado, uma viagem, a emoção de um filme, trabalhar com amor, ou simplesmente se dar o prazer de não fazer nada.

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