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A abordagem biopsicossocial na fisioterapia

A abordagem biopsicossocial na fisioterapia

A abordagem biopsicossocial na fisioterapiaO mundo mudou, a medicina mudou e, sem dúvida, a fisioterapia também mudou. Nos últimos 20 anos, pude acompanhar uma transição incrível pela qual a área da saúde vem passando e, em especial, a fisioterapia, pela minha vivência no dia a dia de clínica, congressos e cursos. Para quem ainda acha que fisioterapia é sessão de “choquinho”, ultrassom, alongamentos e esticar elásticos, posso dizer com propriedade que não mais!

De 20 anos para cá, percebe-se uma mudança inclusive nos tipos de cursos que formam os fisioterapeutas, pois, na década de 90, ainda prevaleciam os cursos de técnicas limitantes, que formavam bons técnicos, mas péssimos pensadores. A boa notícia é que muitos se incomodaram com isso e, nos anos 2000, veio um crescente de cursos mais conceituais, que preconizam o raciocínio clínico, a combinação de técnicas para melhores resultados adequando o tratamento ao paciente e não o contrário.

O resultado disso é que, hoje, o olhar sobre o paciente mudou completamente. Já na avaliação, o olhar é sobre um indivíduo que deve ser sem dúvida avaliado no aspecto morfológico (BIO – tecidos lesionados como tendões, músculos, nervos e ossos), mas que vive se relacionando com pessoas e passando por autoquestionamentos constantes (PSICO) e em um ambiente que, às vezes, precisa ser revisto (SOCIAL), com hábitos físicos e padrões mentais muitas vezes gerados por crenças profundamente arraigadas que também devem ser revistos.

É neste contexto que entendemos a necessidade de uma abordagem Biopsicossocial ou Psicossomática sobre o paciente. Tratar o físico isoladamente pode funcionar em casos mais simples, mas temos vivenciado um ganho de qualidade nos resultados também nestes casos mais simples com uma visão mais abrangente, pois há uma busca por maior consciência latente na sociedade, principalmente num meio onde as pessoas têm acesso a informação e diagnosticar uma fascite plantar não é mais suficiente quando o paciente mesmo traz a demanda de querer entender por que ele sente aquela dor, o porquê de aquela rigidez ter sido gerada pelo corpo dele. Num caso como este não é suficiente massagear o paciente e fazer um ultrassom, temos que ir além.

Avaliar a qualidade do movimento (biomecânica), entender seus hábitos repetitivos, corrigir e orientar para novos padrões mais eficientes, são estratégias que vem de encontro a uma fisioterapia com o olhar para resolução do problema deixando de lado soluções paliativas.

O paciente que comparece às sessões de fisioterapia tem realmente a chance de uma melhora de praticamente qualquer quadro doloroso, independente de já apresentar um quadro degenerativo, como uma artrose, mas o paciente que assume o protagonismo de seu tratamento e entende que a mudança de hábitos de movimentos e padrões de comportamentos podem ter um valor agregado no tratamento, definindo às vezes o sucesso ou não de cura, este sim é o paciente que obtém um resultado consistente e que desenvolve consciência no sentido de evitar uma recidiva do quadro.

O fisioterapeuta hoje cumpre um papel importante na sociedade enquanto profissional que desenvolve um olhar analítico sobre a doença relacionando com a função que pode estar alterada gerando este processo, portanto a avaliação do fisioterapeuta não é substituível pela do médico ou educador físico, já que o médico tem como objetivo diagnosticar, medicar e atuar sobre a patologia com procedimentos mais invasivos, e o educador físico analisa a função e qualidade de movimento pensando em ganho de desempenho no esporte e em atividades físicas.

Assim, cada um no seu lugar, com sua função bem definida, pode ter seu protagonismo no tratamento, dependendo em que fase o paciente esteja. Esta é a Abordagem Biopsicossocial, que muitas vezes pode depender de outros profissionais para melhores resultados, não existe regra, os casos têm que ser analisados separadamente e a equipe multidisciplinar pode ter papel importante na obtenção de melhores resultados. Num próximo artigo abordaremos mais a fundo a atuação da equipe multidisciplinar ou abordagem integrativa.

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Artigo Escrito Por:

Cláudio Cotter

Claudio Cotter | CREFITO 30874-F

Instagram: @fisiocorredor

  • Graduação em Fisioterapia pela Universidade Cidade de São Paulo;
  • Especialista em RPG;
  • Formação no Método Busquet;
  • Pós Graduado em Medicina Psicossomática – Associação Brasileira de Medicina Psicossomática;
  • Ex-Fisioterapeuta da Seleção Brasileira Feminina de Futebol (CBF);
  • Colunista do Portal Ativo e Webrun;
  • Ultramaratonista;
  • Consultor da Mizuno segmento running;
  • Sócio-fundador da CM.2 Clínica Multidisciplinar.

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