As técnicas de liberação miofascial viraram uma febre nas clínicas e até mesmo dentro das academias, mas em geral são aplicadas de forma aleatória, sem análise do caso, sem foco na biomecânica. Portanto, vamos mostrar a maneira mais eficiente de aplicá-la, assim como, mostrar que uma análise prévia do paciente faz a diferença no plano de tratamento para melhores resultados com a terapia manual.

Este é o grande diferencial do fisioterapeuta, desenvolver uma visão analítica, tanto na conduta dos exercícios, como na terapia manual, pois manobras realizadas de forma aleatória, sem objetivo de ganhos no desempenho biomecânico, podem ser comparadas com massagens. Ao contrário disso, o que nos diferencia como fisioterapeutas, é esta capacidade de análise e tratamento da função, associando terapia manual objetiva e conduta de exercícios que construam um corpo melhor adaptado para suas funções.

A análise biomecânica também faz parte do treinamento e contribui para traçar os objetivos do tratamento com maior eficiência. São usados casos reais durante o treinamento e os (as) participantes desta mentoria, tratam e são tratados em duplas para vivenciarem o que o paciente sente, desenvolverem habilidades manuais e análise crítica sobre quais ferramentas (técnicas) valem serem usadas em cada caso.

Através de reuniões clínicas, o aluno tem uma maior imersão e um conhecimento aprofundado na discussão junto da equipe de fisioterapia. Este exercício auxilia no atendimento, preparo e vivência em atividades em conjunto quando estiver em um ambiente profissional no futuro, além de vivenciar a troca de experiências entre fisioterapeutas que atendem pacientes em equipe, cada um utilizando suas especialidades.

Na CM.2 Clínica Multidisciplinar, toda a equipe de profissionais se reúne para a discutir casos clínicos presenciados durante o mês. Neste o encontro, fisioterapeutas, acupunturistas, quiropraxistas, médicos, dentistas, educadores físicos e nutricionistas se fazem presentes.

Este contato com outras especialidades é de suma importância para o aluno criar identificação com outras áreas e compreender a importância do trabalho em conjunto e de como as diferentes visões contribuem para a melhora do quadro do paciente.

Discutir casos reais vivenciados no dia a dia de uma clínica multidisciplinar aumenta o senso crítico dos alunos, aspecto que serve como aprendizado para o exercício da profissão no futuro.

A abordagem biopsicossocial consiste em identificar hábitos diários do paciente, que desencadeiam descompensações biomecânicas ou provocam algum quadro de dor ou patologias.

Durante as aulas de mentoria, o aluno será inserido nesta abordagem e irá compreender como hábitos comuns do dia a dia têm influência direta com o sistema musculoesquelético.

A abordagem psicossomática procura entender como aspectos emocionais influenciam diretamente em lesões motoras ou quadros de dores musculoesqueléticas.

O estresse e a ansiedade são os principais causadores de tensões musculares e problemas que desencadeiam limitações funcionais. Por isso, entender além do fator biomecânico, o aluno também terá orientações para identificar o impacto das emoções sobre o corpo e como lidar com memórias somatizadas, que se traduzem em sintomas de dor, formigamentos e irradiações.